Estudo revela pouca transparência de partidos brasileiros
SÃO PAULO — Estudo inédito do movimento Transparência Partidária revelou que os partidos brasileiros pouco – ou quase nada – adotam políticas transparenes em relação às suas práticas. Ao analisar 35 siglas, o movimento verificou baixo volume de informação a respeito da situação financeira ou mesmo de seus processos decisórios.
— Todos estão muito mal. Nós já esperávamos que a obscuridade dos partidos fosse ficar evidente, mas não que chegasse a tanta falta de informações ofertadas para os cidadão — diz Marcelo Issa, coordenador do grupo.
A pesquisa dava notas de zero a dez, conforme o grau de transparência dos partidos. Embora com uma performance abaixo do razoável – 2,5 -, o NOVO apareceu com a melhor posição, seguido do PT, que obteve 1,38. Dois partidos não disponibilizaram nenhuma das 16 informações avaliadas e obtiveram nota zero: PCO e PSL.
O objetivo é criar um ranking para incentivar os partidos a se tornarem mais abertos. Para Humberto Dantas, cientista político por trás da elaboração do método de avaliação, todos os critérios foram muito básicos.
— Queríamos saber o tipo de informação que qualquer cidadão procuraria saber antes de se envolver com uma associação — diz ele, citando, por exemplo, quem manda na organização, como se faz para participar da direção ou mesmo a respeito do fluxo financeiro da legenda.
Segundo os pesquisadores, a falta de trabnsparência desses dados ajuda a explicar o distanciamento da sociedade em relação aos partidos. No Índice de Confiança Social (ICS) do Ibope, que avalia a relação dos brasileiros com as principais instituições, os partidos são uma das instituições com menos lastro, só ganhando atualmente da Presidência da República.
— Nós não temos dúvidas de que os partidos que se tornarem mais transparentes receberão mais atenção da sociedade, além de resultados eleitorais. A demanda é evidente — diz Issa.
Apesar de muitas das informações serem disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, o estudo tomou como base as informações prestadas pelos próprios partidos em seus canais de comunicação.
— A função da justiça eleitoral é verificar a conformidade dessas informações, enquanto o dever do partido é disponibilizá-las de maneira facilitada para a população — reitera o coordenador do programa. (*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire)
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